O começo de tudo

Para quem chegou aqui sem saber exatamente o que encontrar, acredito ser importante entender o ponto de partida, o caminho e o ponto de chegada: o que é ser Caminhantes do Caparaó.

Minha história com a Serra do Caparaó começa no início dos anos 80, quando, ainda criança, frequentava o parque para piqueniques com a família, nos finais de semana. Na verdade, pensando na influência familiar, posso dizer que minha história com a Serra do Caparaó se dá mesmo antes de vir ao mundo…

Minha mãe e seus amigos, nos anos de 1970, no início da criação do parque, levados pelo meu avô até a cidade de Alto Caparaó, iniciaram a subida ao Pico da Bandeira. Os seus relatos sobre essa aventura, despertaram minha imaginação e curiosidade.

Quando adolescente, tive a oportunidade de realizar a minha primeira subida, com um grupo de jovens de uma igreja de Manhuaçu, minha cidade natal. Foi uma experiência inesquecível, a cada passo lembrava dos relatos de minha mãe e mergulhava em minha própria aventura.

Ao raiar da primeira luz do sol, estava lá em cima, no terceiro lugar mais alto do país, extasiada com tanta beleza, com tanta grandeza e ao mesmo tempo, com minha pequenez diante de tudo o que via.

Amanda Guiduci Marcial

Fisioterapeuta. Especialista em Gerontologia. Mestre em Estudos do Lazer.

Minha história com a Serra

Amor à primeira vista!

Assim posso definir minha relação com a Serra do Caparaó, ao me deparar com as suas montanhas majestosas, imponentes e, ao mesmo tempo, acolhedoras em sua grandeza, chegando a Alto Caparaó.

Enveredar, a caminho do Parque, por aquelas passagens estreitas, cercadas de Mata Atlântica… muitas flores, lugares especiais pelo caminho… Vale Verde, Mirante do Jacu e do José Pedro… Tronqueira, Cachoeira Bonita, Vale Encantado, Terreirão… Pico da Bandeira!

Desde criança gostava de estar perto da natureza. Minha primeira vivência de acampar, minha primeira subida ao Pico da Bandeira, foi um momento marcante, um desafio vencer aquelas trilhas, uma conquista pessoal chegar ao cume e ver o mundo ali de cima. O sol que vem surgindo, vermelhando tudo, aquecendo o corpo, renovando a alma!

E o que dizer de Pedra Menina!!! Paixão à primeira vista… um outro lado igualmente encantador! Aquele vale cercado de montanhas até onde a vista alcança, nuvens que quase poderia tocar com as mãos! Macieira, Cachoeiras Sete Pilões e Aurélio, Farofa, Mirante do Lajão, Casa Queimada, Pedra Duas Irmãs, Pico do Cristal e do Calçado… e o Pico da Bandeira! Sob um ângulo diferente, igualmente magnífico! As flores, os pássaros, a paz que há neste lugar!

Val Moreira

Assistente Social. Psicóloga. Especialista em Psicologia do Trabalho. Mestre em Estudos do Lazer.

Caminhantes do Caparaó

O Caminhantes do Caparaó constrói o seu caminho a partir de três “trilhas”: Saúde – Lazer – Natureza!

No campo da saúde, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades, está diretamente relacionado ao equilíbrio ecológico, à preservação de florestas, matas e áreas verdes.

A Fisioterapia, aqui embasada no estudo dos aspectos biopsicossomáticos relacionados à atividade física e saúde, desenvolve a autopercepção corporal, atua de forma preventiva e (re)abilita funcionalidades para permitir que o indivíduo se expresse em atividades para além das instrumentais e de vida diária. E, considerando as interações corpo – pessoa – relações sociais, contribui para a participação ativa na vida social, para a cidadania e para a educação ambiental.

A Psicologia, considerando a interdependência da relação homem – natureza, propõe a (re)conexão com ambientes onde a força da natureza se faz sentir, ampliando a percepção de si mesmo e do mundo ao seu redor como elemento fundamental para a saúde mental.

O lazer, considerando a interação homem-ambiente natural, sustenta a premissa de que estar na natureza favorece o estado de saúde, resgata a ludicidade como possibilidade de ressignificar a relação do sujeito com o seu corpo e o estar no mundo.

A natureza é um lugar especial e aprender a apreciá-la desde cedo pode estabelecer uma relação mais positiva com a vida, sendo uma fonte de relaxamento e de conexão ao longo da vida. Passar algumas horas em contato com a Natureza estimula o sistema nervoso autônomo, incentivando o corpo a buscar harmonia interna, naturalmente promovendo e mantendo a saúde.

Para além das questões de saúde, vale ressaltar que as Unidades de Conservação são espaços naturais protegidos por lei. Possuem características singulares relacionados com a fauna e a flora local, de grande importância ecológica, fazem parte do patrimônio natural e cultural de um país e são espaços públicos de lazer, por isso, tanto nos interessa.

Nossos princípios estão pautados na saúde, no lazer e na natureza como direitos sociais, como contextos de desenvolvimento humano e de cidadania.

O Caminhantes do Caparaó é Movimento, SEMPRE!

SERRA DO CAPARAÓ

A Serra do Caparaó é uma ramificação da Serra da Mantiqueira, se interligando com as Serras do Brigadeiro e do Pai Inácio em Minas Gerais, estando inserida em uma unidade geomorfológica maior, o Maciço do Caparaó que tem uma área de 7.308 km2.

Devido à sua topografia, a Serra do Caparaó apresenta uma grande quantidade de córregos, riachos e nascentes, contribuindo com três importantes bacias hidrográficas: Itabapoana, Itapemirim e Doce, respectivamente nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, inseridas na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), sendo, portanto, consideradas de extrema importância para a conservação dos recursos hídricos.

Na Serra do Caparaó se localiza o terceiro ponto culminante do país, o Pico da Bandeira, com 2.892 m de altitude, dentro do Parque Nacional do Caparaó.

Por tamanha peculiaridade e pelo alto grau de importância para o panorama da conservação do bioma Mata Atlântica, foi enquadrada em três das 900 áreas entendidas como prioritárias para a conservação da biodiversidade no Brasil, conforme o Ministério do Meio Ambiente (2007).

As cidades no seu entorno oferecem aos visitantes atrativos naturais, manifestações culturais e um estilo de vida simples, além da apreciação de um bom café, riqueza agrícola da região, reconhecido internacionalmente. 

PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ

O Parque Nacional do Caparaó (PARNA-Caparaó) está inserido no Sistema Nacional de Unidades de Conservação como área de proteção integral e tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância de biodiversidade.

Criado pelo Decreto Federal nº 50.646, em 1961, está localizado no extremo leste de Minas Gerais, na divisa com o estado do Espírito Santo, na Serra do Caparaó.

No ano de 1997, também por decreto, sua área foi redefinida para 31.800 ha, equivalente a 318 km². Aproximadamente 70% da área do parque no estado do Espírito Santo e 30% no estado de Minas Gerais.

O Parque abriga o Pico da Bandeira, terceiro ponto mais alto do território nacional com 2.892m de altitude e onde encontram-se alguns dos dez picos mais altos de todo o país: Cruzeiro (2.852m), Calçado (2.849m), Cristal (2.770m), dentre outros.

Sua importância do ponto de vista da conservação está relacionada ao fato de abrigar uma área remanescente de Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ameaçados. Sendo inserido como reserva da biosfera (RB), hotspot e ecorregião, possui amostras singulares de campos de altitude, relevante patrimônio geológico e diversidade de espécies endêmicas.

Para conhecer e desfrutar da sua natureza preservada, os visitantes podem apreciar belas paisagens nos mirantes e vales, bem como aproveitar das cachoeiras, piscinas naturais, observação de fauna e flora.

PORTARIAS DE ACESSO

O Parque Nacional do Caparaó possui duas portarias de acesso, localizadas no município de Alto Caparaó/MG e em Pedra Menina, distrito do município de Dores do Rio Preto/ES. Dispõe de sistema de trilhas, sinalizadas, autoguiadas e classificadas em curto, médio e longo percurso e com diferentes níveis de dificuldade.

As trilhas que levam ao Pico da Bandeira, podem ser percorridas tanto pela vertente capixaba, como pela vertente mineira e permitem ao visitante conhecer outros atrativos e lugares de grande beleza cênica e contemplativa, além de realizar a famosa travessia no percurso entre os dois estados MG/ES.

O visitante conta com quatro áreas de acampamentos localizadas na parte alta da Unidade de Conservação. Pela portaria de Alto Caparaó/MG, os acampamentos da Tronqueira e Terreirão. Pela portaria de Pedra Menina/ES, os acampamentos Macieira e Casa Queimada.

Os acampamentos são estruturados com postos de funcionários, banheiros públicos, lava-pratos, mesas, bancos de madeiras e churrasqueiras, estas últimas disponíveis apenas no acampamento Macieira.

PORTARIA MINAS GERAIS

ALTO CAPARAÓ

Os primeiros habitantes da região de Alto Caparaó foram os índios Carajás. Em 1928, chegou e adquiriu terras no local Francisco Valério. Nessa ocasião, as terras do campo eram bastantes desconhecidas e sem títulos de propriedade. Isso atraiu grandes criadores de gado para o campo.

Alto Caparaó tem sua origem em um povoado organizado por volta do ano de 1900, por descendentes de alemães. Em 1948 sua população girava em torno dos 600 moradores que ocupavam 80 casas.

Os rios Caparaó e José Pedro são os mais importantes da região. O Rio José Pedro corta o Vale Encantado e, próximo ao acampamento Tronqueira, encontra-se a Cachoeira Bonita, com seus 80 metros de altura. O Rio Caparaó, em suas partes mais baixas, corta o Vale Verde.

A cidade apresenta clima tropical de altitude, com temperatura média anual entre 19ºC e 22ºC. A cafeicultura e o turismo são as duas principais atividades econômicas do município.

PORTARIA ESPÍRITO SANTO

PEDRA MENINA

São Raimundo da Pedra Menina é distrito de Dores do Rio Preto/ES. 

O começo do povoamento de Dores do Rio Preto é do final do século XIX e início do século XX. Sua denominação foi dada em homenagem à padroeira Nossa Senhora das Dores e ao Rio Preto, que banha a cidade. Mineiros e fluminenses ali chegaram em busca de terras para o cultivo do café. Mais tarde vieram italianos e seus descendentes.

Por situar-se no limite territorial de Minas com o Espírito Santo, recebeu a denominação de Divisa. Seu primeiro nome foi Vila Divisa, cujo terreno foi doado por Firmino Domingos Dias e pertencia ao município de Guaçuí.

Em 1912 foi construída a Estrada de Ferro Leopoldina que ligava Vila Divisa aos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, contribuindo para o desenvolvimento e o progresso local. No período de 1912 a 1950, o distrito viveu seu apogeu comercial com a exportação de madeiras e de cereais.

TRILHAS

TRILHA MINAS GERAIS

Esta trilha oferece a possibilidade de conhecer lugares que expressam toda a riqueza natural da Serra do Caparaó, atravessando vales e campos de altitude, permeada pela vegetação típica e corredeiras.

A estrada para o acampamento Tronqueira – ponto de partida da trilha – requer atenção em alguns locais de passagem para apenas um veículo, além de dividir espaço com caminhantes que se aventuram na subida de 4 km de Alto Caparaó até a portaria do Parque e de mais 6 km até a Tronqueira.

Os atrativos naturais, mirantes, criam cenários de grande beleza pela diversidade da flora, com as epífitas, bromélias, samambaias, bambuzinhos que dão um charme especial à estrada ao longo do trajeto da portaria até o Acampamento Tronqueira.

TRILHA DOS CIPÓS

A Trilha do Cipós está localizada ao lado do Centro de Visitantes, na portaria de Alto Caparaó.

É uma trilha curta, de fácil acesso e pouca dificuldade, ideal para iniciar crianças nessa atividade ou para um passeio com a família.

Apesar de curta, ela é rica em espécies da flora e da fauna da Mata Atlântica. Para quem gosta de pássaros é possível escutar diferentes cantos e, observadores atentos, podem ver alguns deles por entre folhagens na copa das árvores ou acompanhando os visitantes…

Como o próprio nome diz, podemos observar a presença de cipós entrelaçando-se nos troncos e galhos, formando belos cenários.

VALE VERDE

O Vale Verde é formado pelo Rio Caparaó. Vários poços e corredeiras mansas, onde é possível curtir as águas cristalinas e apreciar as montanhas de Minas.

O espaço conta com churrasqueiras e mesas compartilhadas, com infraestrutura de banheiros e pias. Tem uma área para estacionamento de veículos, com fácil acesso a 800 metros da portaria.

GRUTA E MIRANTE DO JACU

O Mirante e Gruta do Jacu encontram-se a 1.110m de altitude, localizados no Vale Verde. Por uma escadaria se acessa a trilha de 200m para a Gruta do Jacu.

Com um pouco mais de caminhada, entre natureza exuberante e vista das corredeiras, está o Mirante do Jacu, atrativo natural com uma bela vista das montanhas!

MIRANTE DO JOSÉ PEDRO

O mirante José Pedro encontra-se a 1.820m de altitude, localizado entre o Vale Verde e a Tronqueira.

Deste mirante é possível apreciar as montanhas de Minas Gerais, com um visual espetacular ao entardecer!

ACAMPAMENTO TRONQUEIRA

Um mirante de tirar o fôlego… e belas fotos a 1.970m de altitude!

A estrutura oferecida é de banheiros com chuveiro, sem aquecimento. Pias e mesas de madeira de uso compartilhado.

CACHOEIRA BONITA

A Cachoeira Bonita, com 80 m de queda, é formada pelas águas do Rio José Pedro, marco divisório entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

O acesso é feito por uma pequena trilha, próxima ao acampamento Tronqueira, podendo avistá-la de um pequeno mirante.

VALE ENCANTADO

A subida, a partir da Tronqueira, é o começo da trilha de 3,7 km em direção ao acampamento Terreirão, com nível de dificuldade moderada. Logo no começo da trilha há placas indicativas para o Vale Encantado, que também é formado pelo Rio José Pedro.

Os poços formam uma sucessão de piscinas esculpidas nas rochas. Um ponto de descanso, de revigoramento, de contemplação e de inspiração para o trecho tanto para quem está subindo ao Terreirão, quanto para aqueles que descem.

O lugar faz jus ao nome… Encantado! Esta palavra expressa bem a beleza deste lugar…

ACAMPAMENTO TERREIRÃO

O acampamento Terreirão está a 3,7 km da Tronqueira e a 2.370m de altitude e serve de base para o início do trecho final de subida até o Pico da Bandeira.

A estrutura oferecida é de pias compartilhadas, mesas de madeira. Banheiros com chuveiros, sem aquecimento. Conta, também, com uma estrutura de apoio para os guardas do Parque.

O trecho de subida do Terreirão ao Pico da Bandeira requer boas condições físicas para superar uma trilha íngreme de nível de dificuldade semipesado.

A Casa de Pedra é um abrigo capaz de acomodar poucas pessoas, não sendo permitido montar barracas em seu interior. Conforme regulamento do Parque não é permitido fazer fogo, sendo autorizado apenas o uso de fogareiros a gás.

TRILHA ESPÍRITO SANTO

A Trilha Espírito Santo tem um percurso repleto de belas paisagens e cachoeiras.

A partir da portaria do Parque, em Pedra Menina, a estrada já mostra a beleza natural da Mata Atlântica, formando “túneis” com a copa das árvores. Em alguns trechos permite a passagem de apenas um veículo.

Vale a pena ressaltar a importância de respeitar o limite de velocidade nas vias internas do Parque e seguir o limite de velocidade e as recomendações de segurança. Lembre-se: quem está subindo sempre tem a preferência!

ACAMPAMENTO MACIEIRA

O acampamento Macieira, 1.850m de altitude, é um espaço com churrasqueiras e mesas compartilhadas, com infraestrutura de banheiros e pias.

Tem uma área que permite o estacionamento de veículos e está a 3 km da portaria.

Dá acesso às cachoeiras Sete Pilões e Aurélio, onde é possível curtir as águas que descem por entre as montanhas.

Da Macieira podemos avistar o Pico do Cristal.

CACHOEIRA SETE PILÕES

A Cachoeira Sete Pilões tem seu nome associado aos poços que se formaram ao longo do rio São Domingos, naquele trecho.

Por uma pequena trilha de fácil acesso entre árvores e arbustos, a caminhada permite um banho em um grande poço de águas frias e cristalinas, emoldurado por um paredão de pedra.

CACHOEIRA DO AURÉLIO

A Cachoeira do Aurélio também é formada pelo rio São Domingos.

A trilha de acesso tem 1000m de distância da Macieira e nível de dificuldade moderada.

O ponto de destaque, além das piscinas naturais, é acompanhar o entardecer em um pequeno platô, com vista para o pôr do sol no horizonte.

Do Mirante, se avista a cachoeira, com uma queda d’água de 50m de altura.

CACHOEIRA DA FAROFA

A Cachoeira da Farofa, também formada pelo Rio São Domingos, está a 900m do acampamento Macieira, uma subida leve que pode ser percorrida de carro ou a pé até a entrada da trilha de acesso em uma caminhada de 100m por meio da vegetação típica dos campos de altitude.

Possui um amplo lajeado, onde é possível desfrutar de bons momentos, com piscinas naturais formadas ao longo das corredeiras.

Por uma trilha, ao final deste lajeado, chega-se ao poço maior, com uma pequena queda d´água, que convida a um bom mergulho! Esta trilha exige um preparo e cuidado na descida e na subida. 

MIRANTE DO LAJÃO

Entre a Cachoeira da Farofa e o acampamento Casa Queimada, em um grande platô de pedra, está localizado o Mirante do Lajão.

Dali se avista o Pico do Cristal e o Pico do Calçado.

E se tem uma vista espetacular das montanhas capixabas!

ACAMPAMENTO CASA QUEIMADA

O acesso ao acampamento Casa Queimada, a 9 km da portaria, pode ser feito por carro em estrada parcialmente pavimentada, com uma pequena área de estacionamento.

Possui banheiros com chuveiros, sem aquecimento e conta com estrutura de pias e mesas compartilhadas.

Aqui se inicia a trilha de acesso ao Pico da Bandeira no lado capixaba, a 2.160m de altitude.

PEDRA DUAS IRMÃS

A trilha a partir do acampamento Casa Queimada atravessa o maciço rochoso que compõe a Pedra Duas Irmãs, a 2.600m de altitude e a 850m, inserida em uma vegetação de campos de altitude, com grande incidência de gramíneas e bromélias.

Considerada mais curta em relação à Trilha Minas Gerais, o nível de dificuldade desta etapa final até o Pico da Bandeira é semipesado, exigindo condicionamento físico para percorrer alguns trechos acidentados, em que é preciso transpor paredões de rocha apoiando-se nas mãos.

Um aspecto que deve ser sempre considerado são as condições climáticas do período escolhido para se fazer a trilha, levando-se em conta a possibilidade de chuvas que tornam o terreno escorregadio e, também, a nebulosidade que pode prejudicar a visibilidade em determinados trechos.

PICO DO CRISTAL

O Pico do Cristal localiza-se nas proximidades do Pico do Calçado e do Pico da Bandeira.

Com 2.769m de altitude, é a sexta montanha mais alta do país e tem seu nome derivado da abundância de quartzo encontrada em sua formação.

Apresenta paisagem de extrema beleza, com vegetação formada basicamente por bromélias e lírios sobre afloramentos rochosos.

O Pico do Cristal é a montanha mais alta localizada inteiramente dentro do território de Minas Gerais, já que os demais picos mais altos do estado estão na fronteira com o Espírito Santo (Pico da Bandeira), São Paulo (Pedra da Mina) e Rio de Janeiro (Pico das Agulhas Negras).

PICO DO CALÇADO

O Pico do Calçado assemelha-se em vegetação e paisagem ao Pico da Bandeira, permitindo também o avistamento da cadeia de montanhas e dos vales do entorno.

É extraoficialmente a quarta montanha mais alta do Brasil, com 2.849 metros de altitude e, também, a segunda montanha mais alta dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, em cuja divisa está localizado.

Por razões de proeminência topográfica, o IBGE considera o Pico do Calçado um cume secundário do pico da Bandeira e não uma montanha separada. Por esta razão, não o inclui no seu ranking das montanhas mais altas do Brasil, embora a medição da altitude do pico por GPS tenha sido efetuada pelo Projeto Pontos Culminantes do Brasil.

Pelo mesmo motivo, sua altitude não foi revista em 2016 em função do novo mapeamento do geoide pelo IBGE, ao contrário do que aconteceu com outros picos brasileiros.

Seu nome provém de sua semelhança com um calçado a partir de um dos lados de seu avistamento.

O local é visitado por todos aqueles que vão ao Pico da Bandeira a partir da Casa Queimada e por alguns dos visitantes mais experientes acampados no Terreirão e Tronqueira.

A caminhada a partir da Tronqueira é bastante longa e difícil, sendo possível fazer o caminho de ida e volta apenas para excursionistas com certa experiência.

Já para quem está vindo pelo lado capixaba, do acampamento Casa Queimada pode chegar ao Pico do Calçado subindo a trilha seguindo pela crista divisória entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, alcançando seu amplo cume por uma “escalaminhada” na rocha.

Daí a trilha segue rumo ao pico da Bandeira.

PICO DA BANDEIRA

Chegamos ao topo! 2.892m de altitude!

O Pico da Bandeira está localizado no Parque Nacional do Caparaó, na serra do Caparaó, na divisa entre os municípios de Ibitirama (Espírito Santo) e Alto Caparaó (Minas Gerais). É o ponto mais alto dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, e também de toda a Região Sudeste do Brasil. 

É também o terceiro ponto mais alto do país, com 2891,32 metros de altitude (medição por GPS pelo Projeto Pontos Culminantes do Brasil, do IBGE e do Instituto Militar de Engenharia, em 2004, e revista pelo IBGE em 2016 após novo mapeamento do geoide no território brasileiro). Mesmo sendo o terceiro ponto mais alto do Brasil, é o mais acessível das montanhas mais altas do país.

É notável por ser a montanha brasileira com o maior isolamento topográfico: 2344 km. Isto significa que não há nenhum outro ponto na superfície da Terra com a mesma ou maior altitude que o seu cume a menos que essa distância, medida em círculo máximo.

O ponto mais próximo de maior altitude que o Pico da Bandeira é o “Pico 2960”, que tem essa altitude aproximada em metros e se localiza na região pré-andina do departamento de Tarija, na Bolívia.

Em todo o continente americano, apenas quatro montanhas têm maior isolamento topográfico que o Pico da Bandeira: o Aconcágua, na Argentina; o Denali/Monte McKinley, no Alasca; o Pico de Orizaba, no México e o Monte Whitney, na Califórnia (EUA). Em todo o mundo, há apenas 20 outras montanhas mais isoladas no sentido topográfico.

COMO CHEGAR

Os estados de Minas Gerais e Espírito Santo sediam as portarias do Parque Nacional, nas cidades de Alto Caparaó e Dores do Rio Preto/Pedra Menina, respectivamente.

De Carangola/MG, a rodovia MG-111, dá acesso a Alto Jequitibá, até o entroncamento para Alto Caparaó, sede da portaria mineira do Parque Nacional. 

Pela rodovia MG-482, se tem acesso à sede da portaria capixaba do Parque, no distrito de Pedra Menina.

Para conhecer e apreciar toda a beleza da Serra do Caparaó, você tem as seguintes rotas, partindo das capitais mais próximas.

BELO HORIZONTE

Saindo de Belo Horizonte, o acesso é feito pela BR-262 sentido João Monlevade. A partir deste trecho a rodovia se une à BR-381 e  compartilham o mesmo traçado até chegar em Realeza. Seguir a rodovia BR-116 até Fervedouro e, pela BR-482, até Carangola.

Outra opção seria o trajeto pela BR-356, passando pelas cidades de Ouro Preto, Mariana, Ponte Nova e Rio Casca, onde se acessa a BR-262 até Realeza. Seguir a rodovia BR-116 até Fervedouro e, pela BR-482, até Carangola.

De Carangola o acesso ao lado mineiro do Parque é feito pela MG-111, até Alto Jequitibá e, pela rodovia Rev. Cícero Siqueira, até Alto Caparaó.

Para acesso ao Caparaó capixaba, a opção é seguir pela MG-111 até Espera Feliz e, pela rodovia ES-495, ter acesso ao distrito de Pedra Menina.

Para se deslocar até as cidades/portarias do Parque Nacional do Caparaó, é necessário contratar serviços de transporte ou utilizar ônibus intermunicipais.

RIO DE JANEIRO

Partindo do Rio de Janeiro seguir a BR-116 até Fervedouro,  em direção a Carangola. Em seguida, pegar a MG-111 com destino a Alto Caparaó.

Para Pedra Menina, após sair de Carangola, pela rodovia ES-495 que dá acesso ao Caparaó capixaba.

SÃO PAULO

Saindo de São Paulo em direção a Barra Mansa, acessar a BR-393 e seguir para Além Paraíba, retomando a BR-116 até Fervedouro, acessando a BR-482 para Carangola e, em seguida, seguir pela MG-111 com destino a Alto Caparaó.

Para Pedra Menina, após sair de Carangola, acessar a ES-495 que dá acesso ao Caparaó capixaba.

VITÓRIA

A partir de Vitória seguir pela BR-262 em direção a Martins Soares, acessando a MG-108 até Manhumirim, para pegar a rodovia MG-111 com destino a Alto Caparaó.

Para acesso ao Caparaó capixaba, a opção é seguir pela MG-111 até Espera Feliz e, pela rodovia ES-495, ter acesso ao distrito de Pedra Menina.

Também há o trajeto pela BR-101 até Cachoeiro do Itapemirim, depois BR-482 até Dores do Rio Preto. Pela ES-495 chega-se em Pedra Menina.

O Caminhantes do Caparaó – Conector Cultural, em sua proposta de interligar pessoas interessadas na preservação do patrimônio natural e cultural da região, se dedica a pesquisar, descobrir, produzir e conectar temáticas interdependentes sobre saúde, lazer e suas interações com a natureza, promovendo interseções com outros campos de conhecimento, conectando pessoas, comunidades locais e demais envolvidos com a Serra do Caparaó.

O que nos move e direciona nossa ação é o compromisso com uma postura consciente, participativa e colaborativa, sempre com foco na proteção de bases comunitárias e à redução de danos decorrentes da interação do homem com a natureza.

Atuar como multiplicador da consciência ambiental e da sustentabilidade nas relações entre visitantes, moradores e demais envolvidos com a Serra do Caparaó.

Prestar assessorias a órgãos públicos, empresas privadas e instituições do terceiro setor na implementação de ações e no desenvolvimento de programas e políticas sociais comprometidas com os direitos, a inclusão, a responsabilidade social e educação ambiental.

Engajado na valorização da identidade cultural e preservação da riqueza natural da Serra do Caparaó, este espaço é dedicado à produzir conhecimento sobre a Serra do Caparaó, as comunidades em seu entorno, divulgando suas práticas e manifestações culturais, considerando o patrimônio comunitário como “o conjunto de valores, crenças, conhecimentos e práticas, técnicas e habilidades, instrumentos e artefatos, lugares e representações, terras e territórios, bem como manifestações tangíveis e intangíveis de uma comunidade, que expressam seu modo de vida e organização social, sua identidade cultural e suas relações com a natureza“. (Bartholo et al, 2009).

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